Unifeso - Curso de Psicologia promove II Jornada pela Luta Antimanicomial com presença de usuários dos Caps de Teresópolis e Guapimirim

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS




Curso de Psicologia promove II Jornada pela Luta Antimanicomial com presença de usuários dos Caps de Teresópolis e Guapimirim

22-05-2024

Os acadêmicos do curso de Psicologia do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), junto com a coordenadora Isis Brito e docentes da graduação, promoveram a II Jornada pela Luta Antimanicomial. O encontro aconteceu nos dias 17 e 18 de maio com rodas de conversa, momentos de descontração, palestras, café da manhã e exposição com diversas artes criadas pelos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) dos municípios de Teresópolis e Guapimirim, no campus Antonio Paulo Capanema de Souza, no bairro do Alto, como conta a coordenadora do curso. “A Jornada da Luta Antimanicomial acontece muito próximo ou, especialmente, no dia 18 de maio, que é um dia nacional marcado pela representação em relação à diversidade. Nós temos uma Lei Federal que, na verdade, terminou com o asilamento compulsório de pessoas que eram conhecidas como loucas. Agora temos um atendimento mais humanizado. Esse grupo, que era tido como pessoas que deveriam ser excluídas da sociedade, hoje tem um campo diferenciado. Existe toda uma rede de apoio de assistência psicossocial, e nos dias 17 e 18, na luta da jornada antimanicomial, celebramos esse momento. É uma das atividades mais importantes do curso”, disse Isis.



‌De acordo com a coordenadora, a jornada foi criada a partir da demanda dos próprios alunos, no ano passado, após uma visita de campo ao município de Barbacena, interior de Minas Gerais, conhecida como a cidade dos loucos. A origem do nome começou em 1903, quando Barbacena foi escolhida para receber o primeiro hospital psiquiátrico de Minas e, por décadas, milhares de pessoas foram internadas naquele lugar. Os estudantes estiveram em pavilhões e museus, que potencializam a experiência de cada um. O sentimento dessa vivência foi passado para o papel e apresentado na jornada deste ano. Foram cerca de 27 grupos somente no sábado, 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial.



‌Na sexta-feira, 17 de maio, um grupo de pessoas que são atendidas pelo CAPS puderam socializar com os alunos. Depois do café da manhã e da roda de conversa, eles soltaram a voz no karaokê, o que para eles foi muito divertido. Camila Marra, psicóloga do CAPS de Guapimirim, defende e valoriza esse vínculo. E para o encontro preparou uma dinâmica para fortalecer essa interação. “Nós trabalhamos muito para o fortalecimento de vínculo e a atenção psicossocial, então, as questões sociais, raciais e de gênero atravessam os atendimentos o tempo inteiro. Por isso fazemos muito atendimento em grupo, também para tentarmos construir uma sociedade que seja menos opressora”, disse a profissional.



‌A aluna do primeiro período de Psicologia, Lilian Duarte, estava emocionada com o encontro e defendeu o valor da ação. “É muito importante, principalmente para entender e tirar todo e qualquer sentimento que considere que o manicômio resolveria o problema de sofrimento psíquico”. Ela fez parte da turma de monitores, auxiliando na organização da jornada junto com outras dezenas de alunos, como conta Wilber Canto, estudante do 7º período. “Neste ano o grupo de alunos está bem participativo. No ano passado conseguimos apoio de 35 monitores, este ano tivemos 85 monitores atuando na jornada”. Jornada essa que levantou a bandeira dizendo não ao manicômio e sim a uma sociedade mais inclusiva, pelo segundo ano consecutivo.





Por Paola Oliveira




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