No quarto dia de aula, calouros do curso de Medicina do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) são surpreendidos com uma cena inusitada: carros acidentados e múltiplas vítimas, com ferimentos diversos, espalhadas pelo chão. Cabe aos novatos prestar os primeiros socorros às pessoas.

Assim é o “Grande Acidente”, a primeira atividade prática para os estudantes do primeiro período do curso de Medicina, que, este ano, aconteceu no dia 20 de fevereiro, no pátio do campus Antonio Paulo Capanema de Souza, no Alto. A atividade contou com a participação do 16º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), que realizou uma operação simulada e explicou aos estudantes o protocolo utilizado para atendimento e resgate de uma vítima presa às ferragens do automóvel.

“Desde que iniciamos essa parceria com o Unifeso, em 2013, não temos mais notícias de acidentes pós-chopada com estudantes de Medicina, o que era bastante comum antigamente. Acreditamos que isso se deve, em parte, ao trabalho de sensibilização que é feito com esta ação simulada”, disse o Capitão Fábio Pimentel.

“O objetivo do Grande Acidente vai além do socorro, tem como objetivos conscientizar sobre a mistura álcool e direção e mostrar um pouco da ação do Corpo de Bombeiros, da dificuldade de atendimento em via pública. A cada simulação procuramos sempre inovar, apresentando grandes incêndios, evacuação, acidentes automobilísticos, entre outros”, contou a professora Simone Rodrigues, coordenadora do curso de Medicina.



Metodologia ativa

O curso de Medicina do Unifeso é estruturado em metodologias ativas de ensino-aprendizagem pela técnica da ABP - Aprendizagem Baseada em Problemas. A metodologia estimula no aluno a capacidade de trabalhar em equipe, de ouvir outras opiniões, e o induz a assumir o seu protagonismo e a sua responsabilidade pelo aprendizado. Para isso, os estudantes vivenciam muitas atividades na prática, como o Grande Acidente, de cunho pedagógico, que integra o conteúdo curricular de atendimento pré-hospitalar. 

Na atividade, os calouros são surpreendidos com uma situação de emergência com diferentes casos clínicos e eles entram na simulação com o papel de realizar o primeiro atendimento aos acidentados. “É muito repentino, somos surpreendidos com uma situação confusa e inesperada. Não temos noção do que estamos fazendo na hora, não recebemos nenhuma instrução, mas é muito interessante participar da atividade. Espero de aqui para a frente melhorar cada vez mais e me preparar bastante para encarar situações como essa”, disse o calouro Felipe André Gomez.

As "vítimas", por sua vez, são interpretadas pelos veteranos do curso. As reações, abordagens, condutas e todo o cenário é filmado. O conteúdo é utilizado, ao longo do período, para demonstrar aos novatos como reagir e se comportar corretamente nestas situações. 

Nicole Ribeiro, estudante do segundo período de Medicina, participou como uma das vítimas da simulação. Ela lembra de como foi encarar a situação no período passado. “Foi um baque, mas é muito importante já vivenciarmos essa experiência no começo da faculdade, pois nos dá noção do que vamos encarar no futuro”, ressaltou.



Por Juliana Lila