Exercícios acadêmicos que são voltados para demandas real. Depois de realizarem visitas técnicas no bairro do Meudon, no ano passado (confira aqui), os estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo entram em campo novamente em mais um projeto que visa a elaboração de projetos voltados para, desta vez, o bairro do Caleme. Trata-se da atividade de curricularização da extensão que contempla quatro disciplinas e duas turmas. A turma do 9º período, que faz as disciplinas de Arquitetura da Paisagem com a professora Letícia Prudente; e Planejamento Urbano e Regional, com o professor Luís Antônio. Já a turma do 7º período está fazendo o projeto de Arquitetura 4, que trata da questão da habitação de interesse social; e Urbanismo 1, que trata a questão do Urbanismo neste mesmo foco.
A ação contou com o apoio da presidente da associação de moradores, que explanou todo o histórico da comunidade, principalmente sobre a tragédia de 2011, entre os planos para o futuro do bairro. Eles circularam pela comunidade para uma etapa de levantamento e análise do lugar e de seleção de terrenos para os projetos: de habitação social, de paisagismo, de urbanismo e diretrizes de planejamento urbano e regional.
“Ao longo da caminhada que fizemos pelo parque, fomos apresentados a pessoas importantes, que forneceram relatos, como da época da tragédia, outras pessoas que mostraram as questões da água que é utilizada lá, como a represa, a água que vem da Cedae e a que vem das nascentes. Com este material, os alunos estão elaborando propostas para serem apresentados no final do semestre para a prefeitura”, contou a professora Letícia Prudente, coordenadora do curso no Unifeso.
Segundo ela, o Caleme está inserido na agenda Urbana e a prefeitura está bem atuante lá, assim como a Fiocruz, algumas associações e também o Unifeso. Trata-se de um projeto de Regularização Fundiária do Caleme, no qual a prefeitura está à frente. “Antes da visita ao Caleme, recebemos o subsecretário de Meio Ambiente no Unifeso. Ele deu uma palestra e foi muito bom para entendermos como que a prefeitura está pensando, quais são os terrenos possíveis de habitação de interesse social para as pessoas que estão em área de risco. Agora, os alunos pensarão em tipologias habitacionais dentro daquela região, uma qualificação urbana e a parte paisagismo de borda com a área do parque, ou dentro destas quadras novas de regularização fundiária. Acredito que teremos projetos muito interessantes para apresentar, tanto para a associação de moradores quanto para a prefeitura.
Para Iza Maria Lima Pereira, estudante do 9º período, “foi uma visita muito interessante. Recebidos pela presidente da associação, caminhamos até além da represa que existe lá, ficamos encantados com o bairro. Verificamos que, apesar de ser habitado por pessoas de baixa renda, que merecem uma atenção especial, é um bairro que tem muito espaço para intervenções que possam manter a beleza que ele tem. Foi muito gratificante a nossa ida até lá, além de muito importante para podermos fazer o projeto urbano voltado para esta questão da arquitetura da paisagem”, descreveu Iza.
Taiane Gallo de Lima, também do nono período, participou da visita técnica e garante que nenhuma teoria ou livro substituiria a experiência e visão de estar em campo. “A arquitetura trabalha muito com esta visão mais sensível, ao nível do observador, tentando entender este contexto, os espaços, a visão humana dos ambientes. Compreender o contexto a partir da experiência dos moradores, da população e da nossa experiência da caminhada é essencial”, observou a estudante, frisando a importância deste trabalho, tanto para a comunidade como para a formação profissional.
Por Giovana Campos
