O Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) é uma instituição que se preocupa com a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência. Para expandir ainda mais a integração de pessoas com deficiência auditiva nas atividades acadêmicas, o centro universitário passou a disponibilizar, a partir deste ano, intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas cerimônias de colação de grau.

“Este é mais um passo importante para promovermos a inclusão e a acessibilidade dentro da instituição. Atitudes simples podem fazer toda a diferença para o mundo. Eu, particularmente, tive dois estudantes com deficiência auditiva e vivi na pele a dificuldade que é passar o que está acontecendo em sala de aula para esse público, então, poder contar com os intérpretes de Libras nas colações de grau é trazer esse estudante e a família dele para participarem mais ativamente desse momento. É um passo importante para, de fato, celebrarmos a inclusão em todos os nossos momentos na instituição”, disse a professora Roberta Montello Amaral, diretora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão do Unifeso.

A professora de Libras Nathalia Quintella concorda. “Esta é uma proposta que tínhamos já há algum tempo, mas que ainda não tínhamos conseguido colocar em prática. Agora estamos nas formaturas, e oferecer essa acessibilidade para as famílias demonstra que o Unifeso é uma instituição que se preocupa com a inclusão. E isso é fundamental”, destacou.

Sânia Rocha da Motta Braga é funcionária do Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO) e mãe do Matheus da Motta Braga, que é surdo e egresso do curso de Ciências Biológicas do Unifeso. Ambos estavam, no dia 15 de dezembro, no salão do Clube Comary, onde aconteceu a colação de grau do curso de Farmácia, para acompanhar a formatura de Alessandra da Motta Braga, filha e irmã, respectivamente. “Eu não sabia que haveria intérpretes na colação, mas essa novidade não me surpreende, afinal, o Unifeso tem a preocupação com a inclusão, encontramos intérpretes onde menos esperamos. A instituição sempre se mostrou muito preocupada em oferecer ao Matheus a acessibilidade, além do apoio nas aulas, era só avisar os eventos nos quais ele estaria que disponibilizavam um intérprete para ele”, contou Sânia.

Programa de Acessibilidade

Em 2015, o Unifeso implementou o Programa de Acessibilidade a fim de atender às demandas sociais e acadêmicas, possibilitando a inserção, dos estudantes com necessidades físicas, neurológicas ou sensoriais, pessoas obesas, pessoas com transtornos de espectro autista, ou ainda, com problemas de aprendizagem como: dislexia, TDAH, disfluência verbal e fobia social. 

Já em 2016, foi instituído um grupo de trabalho para revisão e ampliação da acessibilidade arquitetônica no Unifeso. A partir desta oportunidade, a temática tomou grande impulso dentro da instituição, tendo entre seus objetivos: promover condições de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida segundo os padrões estabelecidos na legislação pertinente, visando a promoção do direito de todos à educação de qualidade e na igualdade de oportunidades de acesso e permanência, com sucesso, na etapa referente ao ensino superior; e proporcionar condições de acessibilidade arquitetônica, visando o respeito aos direitos das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida segundo os padrões estabelecidos na ABNT NBR 9050:2015. 

Foi assim que estudos das condições de todos os campi foram realizados e promovida a adequação dos espaços: reforma de banheiros, instalação de pisos táteis, sinalização em braille, adequação dos balcões de atendimento, entre outras medidas.

Por Juliana Lila