Unifeso - Professora lança livro e faz palestra sobre a realidade da gravidez na adolescência no Brasil

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS




Professora lança livro e faz palestra sobre a realidade da gravidez na adolescência no Brasil

01-12-2022

No dia 30 de novembro, professores e estudantes do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) puderam prestigiar a professora Denise Leite Maia Monteiro, que lançou seu oitavo livro “Ginecologia e Obstetrícia na Infância e na Adolescência”, em coquetel realizado na Biblioteca Central da instituição de ensino. Além desta obra, ela também comemorou o relançamento de uma nova edição de um de seus livros já publicados.

“Hoje, por coincidência, estou lançando dois livros. Um deles trata de rotinas de obstetrícia da Uerj, que está na terceira edição. Ele contempla todas as rotinas hospitalares que fazemos com os professores da instituição na área da obstetrícia e distribuímos gratuitamente a versão em PDF, que pode, inclusive ser acessada pelo celular. Atualizamos o livro, pois a última versão era de 2017, então, agora em novembro lançamos a nova edição”, contou a professora Denise. Já a obra 'Ginecologia e Obstetrícia na Infância e na Adolescência', que foi lançado no Unifeso, é o primeiro livro na especialidade com recomendações da Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e da Adolescência, da qual ela é vice-presidente.

Antes do lançamento, porém, ela fez uma palestra sobre o “Impacto da Gravidez na Adolescência na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas”, na qual apresentou muitos dados sobre a triste realidade da gestação em meninas brasileiras, na faixa etária entre 10 e 19 anos. “Levamos 21 anos, mas conseguimos reduzir o índice de gravidez na adolescência em 40%, em 2020. Atribuo à essa redução o aumento da escolaridade, afinal os estudos mostram que a adolescente que tem nível de escolaridade de Ensino Fundamental tem mais chances de engravidar do que aquela que tem nível Médio ou Superior. Quando a adolescente tem perspectiva de vida e visão de futuro, ela entende que uma gravidez fora de hora vai atrapalhar seus planos profissionais”, explicou.

Segundo Dra. Denise, os dados mostram que 70% das adolescentes que engravidam não queriam engravidar. “Muitas vezes acontecem de as adolescentes quererem engravidar porque encaram como uma ascensão social na realidade delas. É a menina que engravida do traficante de drogas da comunidade, por exemplo. Mas apesar de termos conseguido uma diminuição, nos últimos anos, a gravidez na adolescência ainda está muito alta no Brasil. Pra se ter uma ideia, em 2020, nasceram cerca de 381 mil crianças, filhas de mães adolescentes, isso representa, por exemplo, o dobro da população de Teresópolis”, disse.

Outro dado alarmante, apresentado foi que, em 2019, foram realizados 19.330 partos em meninas de 10 a 14 anos, contra 17.579 partos em 2020. Nesta faixa etária, segundo Dra. Denise, grande parte dessas mães foram vítimas de violência sexual. “A cada meia hora, uma menina entre 10 e 14 anos se torna mãe, no Brasil. Sabemos que, infelizmente, 70% dos estupros de meninas ocorrem dentro de casa, principalmente no grupo menor do que 14 anos. Durante a pandemia, quando todos estavam isolados dentro de casa, aumentou essa violência. Nesse período, uma menina, ou mulher, foi vítima de estupro a cada dez minutos”, destacou a professora.

Por Juliana Lila

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