São tempos difíceis de quarentena, não há como negar. Um momento delicado em que pode despertar um misto de sentimentos nas pessoas por conta do isolamento. Entretanto, foi para controlar a ansiedade de ficar em casa só acompanhando notícias ruins que a estudante Erika Fernanda Mendes da Silveira Martins, do nono período do curso de Direito do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), tomou a iniciativa de ajudar no combate à pandemia causada pelo novo Coronavírus através do seu trabalho. Autônoma na área de produção gráfica, brindes e personalizados, ela iniciou uma campanha pela internet para arrecadar material para produzir máscaras Face Shield, item individual que visa proteger o rosto inteiro do usuário de riscos como respingos de materiais potencialmente infecciosos. Com isso, ela finalizou em sua casa 220 máscaras, sendo 100 unidades entregues ao vice-prefeito, Dr. Ari Boulanjer, e dirigentes da Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Teresópolis, no dia 2 de abril; e mais 120 máscaras entregues ao prefeito Vinícius Claussen, dia 16 de abril.
Combatendo o problema e criando solução
Erika conta que nos primeiros dias de quarentena estava impossibilitada de andar por conta de uma crise de coluna. Acamada com muitas dores, sua distração era assistir TV e acessar as redes sociais, o que só aumentou a ansiedade. “Essa situação me fez acompanhar várias notícias sobre a Covid-19 no mundo. Não aguentava mais ficar de cama e queria fazer alguma coisa. Foi quando vi a divulgação do projeto da máscara Face Shield e decidi começar a produzir”, contou Erika.
Com as lojas fechadas, sem ter como comprar o material, ela iniciou, junto com o seu esposo Pablo Martins, uma campanha para conseguir o material nas redes sociais, arrecadando as primeiras doações. "A primeira doação veio de uma pessoa particular que procurava a máscara para comprar. Informamos a ela que estávamos atrás do material para comprar e que assim que conseguisse doaria a ela. Explicamos a nossa causa, que o projeto era exclusivamente para doação e assim faríamos. Nesse momento, recebemos dessa pessoa a primeira doação, a qual reconhecemos publicamente em nossas redes sociais de forma transparente e, com isso, tivemos outras doações”, revelou.
A estudante afirmou que “a proposta foi fazer as máscaras sem intenção de promover uma comercialização, mas com o objetivo de tocar no coração das pessoas que podemos ser solidários, independente de qualquer coisa, por isso não vinculei a minha página de trabalho. Todas as pessoas procuraram Erika pessoa física, fiz questão de que fosse assim”.
E o trabalho continua...
Érika conta que continua aberta a doações, “pois como trabalho com personalização pra festas e com ao isolamento social minha renda zerou praticamente, fica difícil poder ajudar mais. Nesse momento aproveitei tecidos que eu já tinha em casa para confeccionar máscaras mais baratas para vender, comprando assim mais material. Atualmente ocupo meu tempo estudando, atendendo os pedidos de personalizados quando tem e confeccionando máscaras nos tempos livres, para, de alguma forma, contribuir para sociedade”, contou.
A estudante de Direito defende que as pessoas devem ser mais humanas unidas neste momento. “Não posso deixar de agradecer aqui aos envolvidos, que são Adriana Vertuly, Monica Meneses, Camila Chaves, Fátima Abernaz, Jaque Borges e Dr. Ari Boulanjer pela atenção, generosidade e apoio a essa ideia”, colocou.
Por Giovana Campos