Nesta sexta-feira, 26 de setembro, é comemorado o Dia Nacional do Surdo. A data marca a fundação da primeira escola para surdos do Brasil, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), em 1857.
Com o intuito de permitir a inserção de alunos com deficiência auditiva no ambiente acadêmico do ensino superior, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) possui todo um setor que oferece acessibilidade para o dia a dia de estudos, com intérpretes na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e material adaptado para melhor compreensão do conteúdo.
Sendo uma das poucas instituições do Rio de Janeiro com capacidade de atender integralmente estudantes surdos durante toda a jornada acadêmica, o Unifeso já formou três alunos que utilizavam a Língua Brasileira de Sinais e outros que não necessitavam desse acompanhamento. No centro universitário, o serviço é oferecido pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Acessibilidade (NAPPA).
Essa diferenciação entre as necessidades para cada deficiente auditivo é explicada pela coordenadora do NAPPA, Martza Fonseca. “Surdo ou deficiente auditivo são os termos corretos para se referir às pessoas que não escutam ou que têm uma perda auditiva significativa. Alguns surdos são oralizados e outros utilizam Libras como principal forma de comunicação”, explicou.
Como o NAPPA atua no acolhimento de alunos surdos
Ao ingressar no centro universitário em determinado curso de graduação ou de pós-graduação, o estudante é acolhido pelo Programa de Acessibilidade do Unifeso, que realiza um plano de atendimento individualizado a fim de oferecer as adaptações necessárias.
Uma vez atendidos, eles passam a contar com o acompanhamento integral dos Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais (TILS), profissionais especializados na comunicação de Libras. Esses profissionais permanecem ao lado dos alunos em todos os momentos dentro da instituição: dentro da sala de aula, durante palestras e outras atividades, em aulas on-line e também como tradutores de avaliações e provas.
“A versão voz também é realizada pelo intérprete para que os demais alunos possam compreender o que ele está falando, promovendo a interação social, comunicação assertiva e participação do aluno em todas as esferas de inclusão. Assim os alunos que não conhecem a língua de sinais podem se comunicar com os surdos”, comentou o intérprete Franklande Caetano Pereira.
A experiência de ser um aluno surdo no Unifeso
Atualmente, o Unifeso possui dois alunos surdos nos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e de Ciências Contábeis. Por meio do contato direto com o intérprete e de todo o auxílio ao longo dos estudos, eles se sentem integrados na vivência acadêmica.
“As adaptações que os professores fornecem aos surdos é bem diferente da utilizada em português, porque o conteúdo precisa ficar mais acessível e fácil para acompanharmos as disciplinas”, compartilhou o aluno Marcos Vinícius Gonçalves, que está no segundo período de Ciências Contábeis.
O outro aluno da instituição que também recebe o apoio do serviço é Diego da Costa, já formado em Ciências da Computação, e que agora cursa o quinto período de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. “Como o meu curso é on-line, a ajuda dos professores e do intérprete deixa tudo mais tranquilo porque eles estão prontos para me auxiliar da melhor forma possível com o conteúdo transmitido”, disse ele.
Liga Acadêmica de Libras
Pensando em contribuir com a inserção de alunos surdos no Unifeso, em 2023 foi criada a Liga Acadêmica de Libras. O grupo tem a finalidade de levar um pensamento mais inclusivo para todos os alunos da instituição, pois eles serão os futuros profissionais que poderão contribuir para uma sociedade e um mercado de trabalho com mais acessibilidade e inclusão. Na diretoria da liga estão alunos dos cursos de Medicina e Psicologia.
Por: Raphael Branco
