20/09/2024 16:18:49
Está chegando 21 de setembro, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, uma data que marca a construção de mobilizações pela Inclusão Social de Pessoas com Deficiência e celebra esses movimentos. É um momento oportuno para reforçar que o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), através do Núcleo de Atendimento Psicopedagógico e Acessibilidade (NAPPA), mantém durante o ano todo o compromisso de viabilizar meios para que todos os estudantes tenham a oportunidade de se desenvolver plenamente, independentemente de suas dificuldades.
A luta pelos direitos humanos da Pessoa com Deficiência é histórica e tem seu grande marco em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Aos poucos, essa causa vem sendo abraçada por estudantes do Unifeso, como Ynara, que, com a ajuda do NAPPA, não apenas superou barreiras, mas também se tornou uma defensora da educação inclusiva, inspirando outros a seguir o mesmo caminho.
Ynara Mangia está no quarto período de Psicologia no Unifeso e é um exemplo inspirador. Desde o nascimento, ela convive com uma deficiência visual causada pela hipoplasia do nervo óptico, que resulta em baixa visão, miopia, astigmatismo, nistagmo e fotofobia. Com isso, ela não consegue identificar cores e enfrentou desafios significativos durante sua trajetória escolar.
Durante o ensino médio, Ynara lutou sozinha para superar as barreiras. “Na escola, era eu por mim mesma. Os alunos normalmente me ajudavam. Às vezes, tinha um professor que lutava pela causa, mas outros não estavam nem aí”, lamenta. A realidade no Unifeso foi diferente. Ao ingressar na faculdade, Ynara buscou o apoio do NAPPA, que proporcionou a ela muito mais tranquilidade e suporte para seus estudos. “Tenho um núcleo que posso recorrer a qualquer momento, e isso tem sido fundamental nesses dois anos”, afirma.
O NAPPA ofereceu a ela um plano de estudo adaptado às suas necessidades, facilitando o aprendizado. Entre as adaptações, estão a utilização de letras ampliadas, folhas em cores diferentes, iluminação adequada para evitar reflexos e a disponibilização de slides com fundo escuro. “A equipe conseguiu sensibilizar os professores sobre as necessidades, e, juntos, identificamos as melhores condições para que Ynara pudesse realizar as provas com conforto”, explica a psicóloga Martza Fonseca, coordenadora do NAPPA.
O suporte e acolhimento que Ynara encontrou na instituição não só facilitaram seu aprendizado, mas também a motivaram a promover a inclusão. “Aqui é totalmente diferente de tudo que já vi. Fiz um trabalho em um seminário sobre a escola do Unifeso, o Ceso, e lá descobri um mundo”, comenta. Ela tem recomendado o serviço do NAPPA para colegas e já levou uma amiga que enfrentava problemas pessoais, mostrando que o apoio vai além da sala de aula.
Apesar de todo o acolhimento, Ynara enfatiza a importância de que mais pessoas se engajem na luta pela inclusão. “Precisamos estar mais atentos a essas questões, tanto dentro quanto fora das instituições de ensino”, conclui.
Por Giovana Campos