O Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) trouxe para Teresópolis o médico infectologista Vinicius Borges, conhecido na internet como ‘Doutor Maravilha”. No canal ele trata, de forma descontraída, de assuntos importantíssimos, com foco na saúde LGBT. Na quinta-feira, 6 de junho, ele esteve pela primeira vez na cidade serrana, onde palestrou para dezenas de estudantes. Foram tantos alunos presentes que foi necessário abrir mais uma sala ao lado do auditório para acomodar a todos, que acompanharam a palestra por meio de uma transmissão ao vivo. Sucesso que nem mesmo o “Doutor Maravilha” esperava. “A palestra do Unifeso de Teresópolis foi um sucesso. Há tempos eu não era tão bem tratado. Que público maravilhoso. Muito obrigado de coração. Fui tratado com tanto carinho e respeito. Prestaram tanta atenção e me aplaudiram de pé. Sem palavras para agradecer todo o amor”, disse em uma publicação feita para suas redes sociais.

‌A palestra foi promovida pelo Núcleo de Direitos Humanos (NDH) do Unifeso e aberta a acadêmicos de todos os cursos. “O NDH, neste ano, estabeleceu alguns objetivos, e um deles era, no mês de junho, trabalhar a diversidade sexual de gênero. E trazer o Doutor Maravilha para Teresópolis representa uma grande conquista para nós, porque ele é um grande comunicador, um grande profissional, e vai conseguir passar para nós a importância do profissional de saúde tratar, com dignidade humana necessária, os pacientes que são LGBTQIAPN+ e que precisam desse acolhimento do profissional de saúde”, disse Felipe Tavares, professor de Direito e coordenador do NDH, minutos antes da palestra começar.

‌O jovem médico, que cresceu no interior de Minas Gerais e se formou em Medicina há cerca de 10 anos, em 2015 criou o canal quando saúde LGBT era raramente falada. Hoje, ele tem mais de 170 mil seguidores em uma das redes sociais e nunca imaginou estar no lugar de fala que ocupa agora. “Quando eu criei eu pensei uma coisa tão pequena. Eu queria um médico que ajudasse a população LGBT a se sentir bem no consultório, porque muitas pessoas quando entram em um consultório, seja de um psicólogo ou de um médico, se sentem muito acuadas. Vejo que uma grande dificuldade que tenho, pelos menos no meio médico, é encontrar profissionais que estejam motivados a cuidar das pessoas LGBT na perspectiva de equidade. Pessoas de realidades diferentes, com necessidades diferentes, precisam de cuidados diferentes”, disse o médico.

Foram debatidos os principais aspectos referentes aos desafios que envolvem a proteção da saúde da população LGBTQIAPN+ no século XXI, como também estratégias para a promoção da saúde do grupo, visando a afastar a discriminação e o preconceito no Sistema de Saúde. “Foi maravilhoso. Ele aborda o assunto de uma maneira tão leve, tão tranquila e, ao mesmo tempo, com responsabilidade, que é uma coisa que percebemos a necessidade dentro da nossa sociedade no geral”, pontuou Ana Carolina Soares, estudante do décimo período de Medicina.

‌“Fazendo um trocadilho com o ‘Doutor Maravilha', eu achei uma noite maravilhosa. É muito importante a iniciativa da Feso em trazer um assunto tão necessário nos dias de hoje. O doutor Vinícius compartilhou o conhecimento que vai nos ajudar, quanto profissionais, a lidar com diversas situações que vamos encontrar no dia a dia. Foi muito gratificante”, disse Daniel Tavares, também estudante do décimo período de Medicina.

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Por Paola Oliveira