CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS




Unifeso e Pro Arte dão início ao Projeto de Extensão Proteger Cultural: "Jardins Históricos de Burle Marx na Serra Fluminense" com contribuição do paisagista e arquiteto, José Tabacow

29/05/2024 18:24:51

Atualizado em 29/05/2024 18:25:00

O Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em parceria com o Centro Cultural Feso Pro Arte (CCFPA), deu início ao Projeto de Extensão Proteger Cultural: “Jardins Históricos de Burle Marx na Serra Fluminense”. O propósito é envolver estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil na pesquisa de reconhecimento e valorização do Patrimônio Cultural de Teresópolis, com base nos Jardins Históricos do Burle Marx, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Profissionais renomados como o paisagista e arquiteto brasileiro José Tabacow farão contribuições importantes no desenrolar do projeto.



‌Tabacow, aos 82 anos, embarcou, literalmente, nessa ideia. Na última quinta-feira, 23 de maio, veio de Salvador, Bahia, para Teresópolis, no estado do Rio, para participar de um encontro com os alunos de Arquitetura e Urbanismo do Unifeso, que lotaram o auditório do prédio Alice Ribeiro Pereira Nunes, no Campus Quinta do Paraíso. Na plateia também estavam presentes profissionais da área, historiadores, até a representante do Conselho do Centro Cultural Feso Pro Arte, Bruna Dodaro, e a Diretora do Centro Cultural, Edenise Dantas.



‌Antes de dar a palavra ao arquiteto e paisagista convidado, Vivian Paim, Diretora Acadêmica de Ciências Humanas e Tecnologia (DACHT) do Unifeso fez um breve discurso. “Essa noite é uma noite que vocês vão guardar na memória. E a nossa memória é algo muito valioso. Ela constrói a nossa vida pessoal e profissional. Então, a noite de hoje é uma noite ímpar, aquela noite que terão contato e o prazer de dialogar com a maior referência em paisagismo no Brasil. E por termos a honra de receber esse convidado externo, também temos a honra de trabalhar com outra mantida da Feso, o Centro Cultural Feso Pro Arte, que está em parceria com o Unifeso nesse projeto”, pontuou.



‌Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo, em 1909, e morreu aos 84 anos no Rio de Janeiro. Durante a trajetória profissional como artista plástico e paisagista brasileiro, projetou mais de três mil jardins em 20 países valorizando a vegetação nativa, inclusive, descobriu mais de 40 espécies de plantas. Tabacow, logo após concluir a graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1968, começou a carreira trabalhando no escritório de Burle Marx, onde permaneceu até 1982 já como sócio. “Eu convivi com Burle Marx por 20 anos e ele era uma pessoa muito simples, sempre querendo realizar as coisas. Não tinha muita filosofia, não tinha muita conceituação quando não era necessário. Mas ele tinha um conhecimento geral impressionante. Ele dizia assim: “Eu não acredito em arquiteto que não tenha cultura geral”. Não é cultura arquitetônica, é cultura geral. Ele tinha essa preocupação, porque essa cultura é a ponte”, recordou.



‌Hoje, Tabacow gerencia a própria empresa, tem diversas consultorias, inclusive no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que está como um dos parceiros do projeto de extensão do Unifeso. “Eu acredito que sempre dividir conhecimento é a meta do professor. Nós, que temos consciência, vivemos tentando aperfeiçoar os processos de transferência de conhecimento, e essa palestra é um deles. Eles vão ver coisas que, usualmente, não tem oportunidade de ver, então eu acho interessante. E também é um convite para reflexão, para pensar que as coisas não são automáticas. Ao fazer um projeto, tem toda uma estratégia, um começo, e para cada projeto é algo diferente”.



‌Com sabedoria, centenas de bagagens e bom humor, ele prendeu a atenção de todos. A noite, como prometida, foi extraordinária. “É muito importante nós conseguirmos participar desses momentos de história viva de um paisagista importante, de relevância histórica e de muito peso para nossa formação. Foi enriquecedor demais. Será para vida inteira”, disse, empolgada, Raiane Peres, estudante de Arquitetura e Urbanismo do 5º período. Matheus Cézar, também estudante do 5º período, completou a fala da amiga. “Eu achei muito edificante para a nossa trajetória acadêmica”, contou. Tatiane Pilar, professora do curso, adorou a experiência. “Foi uma ótima palestra. Acho que é uma grande honra ter o Tabacow aqui com a gente. É uma noite memorável, realmente, aprendemos muito. Foi lindo ter alguém que veio contar histórias. Não foi só uma palestra, ele veio contar histórias, experiência, e podemos estar junto aqui de outros outros grandes arquitetos imortalizados na presença do Tabacow”, disse.



 



O Projeto

O Projeto Proteger Cultural: “Jardins Históricos de Burle Marx na Serra Fluminense” tem como proposta contribuir com a preservação e conservação do legado dos jardins históricos de Burle Marx na Região da Serra Fluminense. O paisagista projetou diversos jardins em Petrópolis e Teresópolis como, por exemplo, o jardim do Rancho da Pedra Azul, que fará parte da pesquisa. Quem será o responsável por restaurar o jardim do rancho é o próprio José Tabacow. “A minha parte nesse projeto é a restauração de um jardim histórico. O meu papel é buscar informações para restaurar o jardim no ponto mais próximo da originalidade possível”.



A coordenadora de Arquitetura e Urbanismo Leticia Prudente, falou sobre a relevância do projeto e destacou a participação de Tabacow. ”A importância se dá no sentido de valorizar o patrimônio cultural da serra fluminense, em especial os Jardins Históricos de Burle Marx, e o Tabacow é a referência brasileira sobre isso, pois foi sócio do Burle Marx, diretor do Sítio Burle Marx e principal consultor para a candidatura deste sítio a Patrimônio Mundial pela UNESCO”.



‌Os envolvidos no projeto serão responsáveis por descrever e ilustrar os conceitos de Patrimônio Cultural e Jardins Históricos relacionados ao Paisagista Burle Marx; por desenvolver o projeto de um centro de referência envolvendo Jardins Históricos do Burle Marx em Teresópolis; por ofertar cursos livres de jardinagem e produção de mudas ornamentais relacionando os jardins históricos; reconhecer Jardins Históricos visitando locais de referência no estado do Rio de Janeiro; desenvolver proposta de um viveiro de mudas de plantas ornamentais voltadas a Jardins Históricos, projetando e executando um laboratório de práticas de paisagismo no Campus Quinta do Paraíso e coletar e produzir propágulos de espécies importantes ao desenvolvimento da pesquisa categorizando a vegetação.“Com o levantamento dos jardins históricos da nossa região vamos ter acesso a espécies vegetais usadas com exclusividade nesses projetos, esperamos, com o laboratório de práticas, reproduzir essas plantas e conhecer suas fitofisionomias”, contou Eliane Mesquita, agrônoma e coordenadora do curso de Engenharia Civil.



‌Parte da atividade de visitação de locais de referência no estado do Rio os alunos cumpriram no último sábado, 25 de maio. Eles saíram às 7h da manhã em uma excursão ao Sítio Burle Marx, em Guaratiba, na capital. À tarde, a visita foi no Museu de Arte Moderna (MAM), cujo jardim foi projetado por Burle Marx, em 1955. “Foi o início de uma série de capacitações sobre esse tema que este projeto estará desenvolvendo”, finalizou Leticia.





Por Paola Oliveira




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