Oitenta e dois alunos do curso de Medicina, da turma 99 do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), participaram da 44ª Jornada Científica do Internato Médico, que há anos acontece no dia da defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos formandos, e reúne docentes, familiares e amigos para celebração, como conta Juliana Dias Futuro, coordenadora do Internato Médico do Unifeso. “Esse é um momento festivo para eles, em que podem treinar o que vão usar na produção, que é discussão de casos em equipe, apresentação de trabalhos em jornadas e congressos. Eu acho que o TCC é o fechamento de um ciclo dentro da faculdade. Então isso é muito legal”, contou.

‌Com mais de 58 anos de Unifeso, o professor e orientador do Internato, Carlos Nunes, fez a abertura do evento dando as boas-vindas a todos os presentes e desejando sucesso aos acadêmicos. Para ele, a Jornada é de grande valor no ciclo de aprendizado dos futuros médicos. “Eu considero esse dia da Jornada Científica um momento festivo. Para mim é o mais importante dentro do ciclo de graduação deles, estando abaixo apenas da formatura. Eles estão todos bem vestidos, preparados para essa festa. Eles apresentam os trabalhos, logicamente, todos ansiosos, nervosos, trazem os pais para assistirem. É muito bom, mais uma turma que está passando por esse processo”.

‌Como tradição, todas as Jornadas Científicas do Internato Médico contam com a apresentação de um convidado. Desta vez quem foi chamado para dividir o conhecimento com quem estava presente foi o coordenador do curso de Medicina, Luiz Eduardo de Macedo, que trouxe uma palestra com o tema “Arte e Saúde”. “Foi sobre arte e saúde tentando identificar o solo comum de uma e de outra. Era uma exposição que tinha, mais ou menos, três partes. A primeira apresentava a arte como possibilidade de expressão do indivíduo e a função curativa que isso pode ter, tanto em que está sofrendo por doenças orgânicas, quanto os pacientes de doença mental. Num segundo momento eu falei da arte para criar um ambiente favorável, tanto para a saúde individual, quanto coletiva. E num terceiro e último instante, sobre a vida e a morte como objeto de interesse, tanto de médicos, quanto de artistas”.

‌Ele conta o que motivou a escolha do tema da palestra, elogiada entre alunos e professores. “Eu acredito que falar de algo que não seja do universo biomédico, do reducionismo biomédico, em um dia que já vai ser muito científico, de banca de avaliação de trabalhos científicos, traz um equilíbrio para as atividades. E é um assunto que eu acho que os jovens médicos precisam estar atentos e motivados não só para estudar ciência, estudar a medicina, mas também para ler a literatura leiga, ir ao cinema, a exposições de artes gráficas. Acredito que isso deva fazer parte do universo de qualquer médico. É esse tipo de profissional que a instituição pretende formar”, disse.

‌Entre os alunos que apresentaram o TCC estava a acadêmica Mariana Teixeira. Ele veio do município de Ubá, em Minas Gerais, para estudar Medicina em Teresópolis. Agora, às vésperas de se formar, o sentimento é único: gratidão pela instituição e por ter sido acolhida durante 6 anos na cidade serrana do rio. Mas a escolha de onde ficar quando formada ainda não foi tomada pela estudante. “É muito gratificante estar aqui, chegando ao final deste curso. Nós lutamos muito. Ainda não sei se vou me manter aqui ou se vou voltar para Minas. Vou avaliar as possibilidades”.

Assim como para ela, o momento de pré-apresentação do TCC foi de muita tensão para todos os alunos. O nervosismo era visível na maioria dos integrantes da turma. “Nós ficamos um pouco nervosos, só que é muito importante sabermos que estamos na reta final, que nós nos preparamos para esse momento e que, apesar de todo nervosismo, vamos nos sair bem”, desabafou confiante Mariana.

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Por Paola Oliveira