O PoÊterÊ, há 21 edições, movimenta Teresópolis levando 12 horas ininterruptas de arte ao Centro Cultural Feso Pro Arte (CCFPA). Porém, este ano, além da maratona artística, o evento mobilizou a sociedade par fazer o bem: arrecadar livros, para serem destinados à biblioteca comunitária do Ponto de Luz Coletivo, que fica no bairro São Pedro.
A ação, que recebeu o nome de PoÊterÊ Solidário, arrecadou 20 caixas de livros e, para cada livro em bom estado, o centro cultural doou um quilo de alimento não perecível ou um item de cesta básica à instituição. O resultado foram 400 livros e 400 quilos de alimentos, que viraram 40 kits para famílias necessitadas.
“Já era um desejo nosso ir além dos nossos muros com os nossos eventos, incluindo o PoêTerê, que é o maior deles. Queremos conectar mais os resultados das nossas atividades com a comunidade a nossa volta. Temos acompanhando o esforço do Ponto de Luz e a qualidade do trabalho desenvolvido por eles. Avaliamos como excelente o resultado da arrecadação. Foram 400 livros, e a nossa contrapartida foi oferecer os alimentos, pois sabemos que é um momento complicado. Escolhemos uma instituição que atende a área periférica da cidade, pois sabemos que estamos em um momento de crise e que essa doação poderá fazer uma diferença”, explicou Michelle Delgado, assistente da coordenação do Centro Cultural Feso Pro Arte.
O Coletivo Ponto de Luz tem sete anos de atuação no bairro São Pedro. O grupo começou a ocupar praças da cidade e a levar atividades para as comunidades. Com o passar do tempo, o grupo foi ficando maior e se profissionalizou, a perspectiva é lidar com a educação, com a cultura e com o desenvolvimento social a partir de uma parceria de assistência. Hoje, cerca de 25 pessoas fazem parte do coletivo.
“Ganhamos um edital da Secretaria de Cultura do Estado do Rio, para fazer o I Festival São Pedro de Rua; um edital da Fiocruz, com um trabalho que fizemos sobre enfrentamento da Covid-19 nas comunidades periféricas; e um edital da Aldir Blanc, que nos ajudou no processo da nossa sede”, disse Victor Santos, fundador do Coletivo Ponto de Luz.
Hoje, o coletivo conta também com um bazar, um espaço de economia solidária. As peças comercializadas vêm de doações, e parte das vendas ajudam a manter a instituição. São arrecadados peças de roupa, sapatos, acessórios, brinquedos, livros, mobília e alimentos. O Ponto de Luz tem parceria com o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e com outras instituições. Então, o que não é aproveitado para a loja é doado aos nossos parceiros.
“A parceria com o CCFPA veio através da arrecadação de livros, uma ação que acreditamos muito, pois um dos nossos pilares é a educação. Temos várias ideias para trabalhar com esse acervo novo que chegou. Uma das ideias é colocar geladeiras com livros em algumas comunidades. A doação de alimentos veio em um momento muito bom, pois estamos vivendo uma crise e o número de doações que recebíamos para ajudar as famílias caiu”, falou Victor.
Siga o Coletivo Ponto de Luz nas redes sociais: @pontodeluzcoletivo e @bazardaluz.
Por Juliana Lila