06/12/2021 10:33:25
Aconteceu, no dia 1º de dezembro, o I Seminário de Ciência Experimental da Instalação de Ciência Animal (ICA) do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso). O evento consolida a valorização da produção científica na instituição e contou com apresentação de trabalhos desenvolvidos por estudantes dos cursos do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
“Esse primeiro seminário foi muito marcante para a instituição. Foi um momento de recuperação da história da instalação do biotério, da evolução dos trabalhos realizados, do crescimento da Instalação de Ciência Animal e é um diferencial para os nossos professores e estudantes no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão. Temos um longo caminho, muitos esforços foram feitos pelo Unifeso para a ICA, na elaboração das suas regulamentações, no alinhamento com a Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), na organização de uma estrutura de responsabilidade técnica de laboratório, ou seja, há um investimento importante para criar, na área da Saúde, esse diferencial para os cursos”, disse a professora Mariana Arcuri, diretora do CCS. Ela destacou que, para 2022, o curso de Medicina terá uma disciplina optativa sobre pesquisa experimental, que abrirá muitas oportunidades.
A proposta do seminário foi divulgar o trabalho científico que está sendo realizado na ICA. “Queremos implantar uma cultura de pesquisa científica, e isso é muito importante porque dissemina nome do Unifeso e mostra o quanto nos preocupamos com a pesquisa e a extensão”, disse o professor Marcel Vasconcellos, do curso de Medicina. Ele explicou que Unifeso trabalha com a linha de pesquisa institucional de ciências biológicas básicas e suas interfaces com a Saúde. Em suma, a pesquisa feita no Unifeso é de caráter acadêmico e se preocupa em investigar mecanismos fisiopatológicos das doenças, que são estudadas com o uso de animais. “Temos o rato Wistar, que é um animal que apresenta uma alta homologia fisiológica, genética e anatômica com o ser humano. Isso permite que, através de dados preliminares, possamos fazer algumas inferências a respeito do que está sendo consolidado. Os estudantes, então, vão vivenciando no laboratório as metodologias científicas e o trabalho em equipe com cooperação”, detalhou.
No evento também foi destacada a seriedade de se introduzir um projeto de pesquisa em que se mexe com experimentos e seres vivos. O Unifeso tem animais criados unicamente para esse fim, porém, é exigido respeito ao lidar com eles. Os trabalhos são acompanhados e fiscalizados dentro da ética.
O professor Alcides Pissinatti, do curso de Medicina Veterinária, falou sobre a importância da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA). “A maior importância da CEUA é o bem-estar animal. Se a pesquisa envolver a questão animal, evidentemente, ela terá que envolver a comissão, preservando o bem-estar animal, destacando a espécie adequada, o quantitativo de animais, como eles serão usados. O pesquisador que considerar essas questões importantes terá a qualidade refletida no trabalho final. A CEUA existe não para impedir ou atrapalhar a pesquisa, mas para ajudar a qualificar o trabalho, beneficiando o animal, o ambiente e o ser humano”, afirmou.
A professora Valéria Cristina Lopes Marques, técnica da instalação de ciência animal do Unifeso, enalteceu a inserção do estudante na pesquisa experimental no Unifeso. Ela lembrou que a ICA do Unifeso teve início em março de 2016 e atende pesquisas dos cursos de Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Biomedicina, Farmácia e Enfermagem. Durante esse período, em média, 450 alunos passaram pelo biotério e fizeram alguma produção científica. Além disso, 70% dos estudantes que procuram a ICA são mulheres. "A busca por pesquisas na instituição vem aumentando. Em 2019 conseguimos levar para a Fiocruz vários estudantes do curso de Medicina e de Medicina Veterinária”, disse a professora.
No último triênio, o Unifeso teve 61 apresentações de trabalhos em eventos acadêmico-científicos. Também foram feitos 47 resumos e trabalhos completos publicados em anais de congressos, 15 artigos publicados em periódicos, 11 prêmios e títulos, três capítulos de livro, projeto de mestrado e trabalhos de conclusão de curso.
A ICA funciona de forma interdisciplinar, ou seja, qualquer pesquisador pode usá-la, para isso, basta submeter o projeto à Comissão de Ética e, uma vez aprovado, poderá desenvolver a pesquisa. Prova disso, é a adesão de jovens talentos do Ensino Médio, do Colégio Estadual Campos Salles, através da Faperj, que oferece bolsa de estudos para que eles possam iniciar na pesquisa científica e utilizar as instalações da ICA do Unifeso. “São meninos com potencial impressionante e com muita vontade de aprender”, destacou o professor Carlos Alfredo Franco Cardoso, coordenador do curso de Biomedicina.
A comissão organizadora da ICA é composta pelos professores Carlos Alfredo Franco Cardoso; Marcel Vasconcellos; Maria Eduarda Monteiro Silva e Valéria Cristina Lopes Marques. Já a comissão científica é formada pelos professores Carlos Alfredo Franco Cardoso; Marcel Vasconcellos; Maria Eduarda Monteiro Silva; Valéria Cristina Lopes Marques, Hugo Macedo Ramos, Manuel Antonio Gonçalves Pombo, Valter Luiz da Conceição Gonçalves e Carlos Pereira Nunes.
Por Juliana Lila