Do dia 10 a 13 de novembro, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) realizou o XXV Congresso Brasileiro de História da Medicina e a IX Jornada de História da Medicina do Unifeso, juntamente com a Sociedade Brasileira de História da Medicina (SBHM). A programação aconteceu, pela primeira vez, de maneira totalmente on-line, e teve na programação palestras e apresentações de trabalho. 

A cerimônia de abertura do XXV Congresso foi realizada no dia 10 de novembro, com a fala de professores e dirigentes do Unifeso e membros da SBHM. Como presidente do congresso, o professor Dr. Daniel Pinheiro Hernandez, coordenador do Grupo de História da Medicina (GHM) do Unifeso, deu as boas-vindas aos participantes no evento de abertura. “O que nos motivou a fazer o evento no formato virtual foi a situação sanitária do país na época dos nossos primeiros planejamentos, e foi para nós um grande desafio. É um grande orgulho para o Unifeso sediar este evento”, declarou o professor Daniel. 

A professora Verônica Santos Albuquerque, Reitora do Unifeso, destacou o brilhante trabalho que o professor Daniel tem feito ao longo dos 10 anos à frente do GHM. “O congresso faz muito sentido para todos nós pela vivência e pela pujança do GHM, e ficamos extremamente emocionados tanto pelo ponto de vista qualitativo, com o envolvimento de estudantes e professores, quanto pelo ponto de vista qualitativo, pelos trabalhos e reflexões produzidos que mobilizam um grande número de pessoas, que, ao refletirem sobre a história de sua profissão, se colocam de uma forma diferente ao exercê-la no presente”, proferiu a Reitora.

“O GHM tem grande importância para o nosso curso de Medicina e para o Unifeso, não só pelo resgate da história da Medicina como também por contribuir para o desenvolvimento dos estudantes na construção de artigos científicos e apresentações em público”, ressaltou a professora Simone Rodrigues, coordenadora do curso de Medicina do Unifeso.

O professor Dr. Lybio Martire Junior, Presidente da Sociedade Brasileira de História da Medicina, ressaltou que “a história da Medicina é extremamente importante apenas pelo conhecimento de datas e nomes, mas porque se aprende a medicina através de sua história. Talvez a faceta mais curiosa, interessante, impressionante e marcante deste congresso, seja o fato de estar ocorrendo em meio ao marco da história da medicina mundial, que foi e está sendo em meio a pandemia da Covid-19”.

Ele destacou que o momento que estamos passando é um marco que será lembrado por toda a eternidade. “A pandemia da Covid-19 respalda a importância do conhecimento da história da medicina porque muitos erros cometidos poderiam não ter sido repetidos, se dirigentes e médicos, entre outros envolvidos, conhecessem a história da medicina. Por isso, é tão importante este conhecimento para os acadêmicos que estão na graduação, é através da história que se compreende a Medicina na totalidade, que é o lado ciência e o lado arte. O lado arte da medicina é a forma humana, é a forma de aplicação da ciência na medicina. Por isso, podemos afirmar: Caminha cegamente pelo presente o médico que não conhece o passado. 

Prêmios e homenagens

O Prêmio “Carlos da Silva Lacaz”, para estudantes de Medicina que concorrem com trabalhos na área de História da Medicina em nível nacional, faz menção ao primeiro presidente e fundador da Sociedade Brasileira de História da Medicina. Este ano, foi concedido aos acadêmicos Eduarda Ribeiro Dantas e Yasmin Dias Ribeiro, da Faculdade de Medicina de Itajubá (1º lugar); Carlos Eduardo Russo de Andrade Périssé, do Unifeso (2º lugar), Ana Paula Pimentel Cardoso, do Unifeso (3º lugar), da Universidade de Caxias do Sul.

A Medalha “José Correia Picanço”, foi instituída pela SBHM em 2008 e é entregue a cada ano na Solenidade de Abertura dos Congressos, a três homenageados da área médica que tenham um legado de significativa contribuição ao ensino médico brasileiro e pertençam ao estado no qual se realiza o Congresso. As contempladas foram três professoras e gestoras do Unifeso: Verônica Santos Albuquerque, Reitora; Mariana Beatriz Arcuri, Diretora do Centro de Ciências da Saúde (CCS); e Simone Rodrigues, coordenadora do curso de Medicina. 

A Medalha “Ivolino de Vasconcellos”, por sua vez, é concedida para aqueles que lançarem livros de História de Medicina no ano em que ocorre o Congresso e que nele estiverem inscritos. Homenageia o idealizador do evento e um dos fundadores do Instituto Brasileiro de História da Medicina. Em 2021, foi concedida Marcos de Jesus Nogueira, autor do livro “História da Psiquiatria”; a Flávio Antonio Quilici, pela obra “Personagens da História da Medicina”; e Hélio Begliomini, que assina as “Antigos membros da Centenária Academia de Medicina de São Paulo” e “Mulheres Notáveis e Pioneiras na Área da Saúde do Brasil do Século XIX”. 

Palestra de abertura

A solenidade de abertura contou com a exposição do professor Paulo César Oliveira, que abordou o tema “O Negro na Medicina”. “O tema me fez mergulhar na vida de alguns profissionais da área médica e conhecer um pouco da evolução da medicina envolvendo a raça negra, e algumas questões sobre a medicina na África”, contou o palestrante. 



Por Giovana Campos