Que caminho o Brasil poderá trilhar até 2035 para que tenhamos um país desenvolvido, com uma sociedade mais livre, justa e solidária em 2100? Essa foi a pergunta que orientou a condução do Projeto Brasil 2035, que tem como objetivo principal construir cenários para o Brasil que servissem de subsídio para o debate e a formulação de estratégias de longo prazo para o país, tendo 2040 como horizonte temporal.
Um dos autores do projeto é Elaine Coutinho Marcial, que, convidada pelo curso de Administração de Empresas do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), conduziu a palestra “Cenários prospectivos para o Brasil - 2035 e megatendências mundiais 2040”, durante o VI Congresso Acadêmico-Científico do Unifeso (VI Confeso), que aconteceu entre os dias 26 e 28 de outubro de 2021. Elaine tem doutorado e mestrado em Ciência da Informação (UnB), DEA em Informação Científica e Tecnológica (Universidade de Marseille-FR), é especialista em Cenários Prospectivos e Inteligência Competitiva e é Bacharel em Estatística. Atua na área de estudos de futuro e Inteligência Competitiva desde 1996 e já elaborou/coordenou a construção de diversos cenários prospectivos e estudos de tendências e previsões. É associada fundadora da Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (Abraic), onde já exerceu os cargos de vice-presidente e de presidente (de 2000 a 2004). É membro da Rede Brasileira de Prospectiva e da World Future Society (WFS). É Coordenadora Grupo de Pesquisa e Estudos Prospectivo (NEP-Mackenzie), onde também coordena dois MBAs. Também é professora convidada da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), da Escola de Inteligência do Exército e da Escola Superior de Guerra e é pesquisadora do Ipea, responsável pela coordenação do projeto Bibliothinking 2050 e do SIGA 2035.
A motivação para a elaboração do Projeto Brasil 2035 foi a falta de estudos de longo prazo para o Brasil. Segundo Elaine, o modelo de governança integra três atores: o comitê gestor, a equipe de controle (coleta e processamento) e o comitê consultivo (parceiros e experts), que contou com a participação de um total de 30 instituições, entre públicas e privadas. Também foi criada uma plataforma para a divulgação e compartilhamento dos trabalhos do projeto, buscando a transparência permanente. “Considero o processo de construção desse trabalho muito bom. O processo de aprendizado organizacional que o processo de construção de cenários traz para as organizações é sempre mais rico do que o resultado em si”, disse a palestrante.
Ela explicou que, antes de traçar cenários futuros para um país, é preciso acompanhar as megatendências mundiais, nas quais o país em questão está inserido, e também adiantou um pouco do trabalho que já foi feito para o Projeto Brasil 2040, que tem uma série de elementos novos em relação ao de 2035, elaborado em 2016. “Para o projeto de 2040, iniciamos o trabalho em 2019. Pegamos as megatendências que haviam sido levantadas para 2035 e fizemos uma ampla pesquisa com experts nacionais e internacionais, perguntando sobre a possibilidade de elas se manterem até 2040. E levantamos também novos fatores e possíveis rupturas que poderiam acontecer no ambiente. Ainda não publicamos a nova pesquisa por conta da chegada da pandemia da Covid-19”, explicou Elaine.
Por Juliana Lila