Ao projetar, engenheiros e arquitetos antecipam as ações que serão desenvolvidas na obra e também os problemas que podem surgir. Uma plataforma que vem inovando o mercado e que promete ser padrão nos próximos anos é o BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informação na Construção): um processo específico utilizado para produzir e gerenciar dados da construção, ao longo de todo o ciclo de vida, através de modelos virtuais dinâmicos, colaborativos e centralizados que contêm todas as informações necessárias à construção.
Para falar sobre o assunto, o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) convidou o prof. Tom F. Caminha para passar conhecimentos e falar de suas experiências com o conceito, no evento Papo Concreto, do curso de Engenharia Civil, que aconteceu no dia 8 de abril. Tom é arquiteto urbanista formado pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (2011) e Mestre em Design pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2020). Foi instrutor especializado em Building Information Modeling (BIM) no SENAI-RIO (2015-2020), assistente de professor na University of British Columbia, Canadá (2013-2014) e instrutor de desenho técnico no SENAC-RJ (2012).
Tom explicou que com o BIM é possível usar vários softwares diferentes que trabalham em conjunto para gerar um modelo tridimensional inteligente cheio de informações, como um banco de dados, e para gerar produtos, simulações e análises cada vez mais complexas. “A lógica por trás do BIM é fazer um desenho tridimensional com informação. Na plataforma há vários softwares avançados, cada um com uma funcionalidade, que trabalham em associação. Há um software modelador, com o qual se gera o modelo tridimensional BIM com as informações associadas, e você pode levá-lo para outros softwares que fazem simulações diversas, como consumo de energia, temperatura dentro do ambiente e por aí vai”, disse o professor.
Ele conta que a tecnologia é bem impactante para a indústria, pois com ela houve melhoras significativas na qualidade dos projetos, na análise mais profunda e fiel à realidade, através dos protótipos virtuais, no ganho na produtividade e na velocidade. “E, gradativamente, a tecnologia tem ganhado campo na parte de execução, sendo utilizada no planejamento e no controle de obras. Estamos vivendo um momento de virada, desde o ano passado, começou a vigorar no Brasil um decreto presidencial que determina que toda a licitação tenha um projeto em BIM. É sabido que, nos próximos anos, a plataforma será um padrão”, afirmou Tom.
Papo Concreto
O Papo Concreto é um ciclo de debates proposto pelos estudantes do curso de Engenharia Civil. A ideia é trazer, periodicamente, profissionais para palestrarem sobre o mercado de trabalho. Através de um formulário, os estudantes sugerem os temas a serem debatidos.
“A turma do 7º período estava querendo um contato mais direto com o mercado da engenharia, por meio de palestras, minicursos etc. Então, em uma reunião com a coordenação do curso de Engenharia Civil e a direção do CCT, mostramos a vontade de adicionar novos conhecimentos à nossa bagagem”, contou o estudante Daniel Chiappetta.
Sobre a primeira palestra do ciclo de debates Papo Concreto, o estudante considerou instigante. “O tema escolhido foi a metodologia BIM, que se mostra cada vez mais presente no âmbito da construção civil. O bate-papo com um profissional que já é atuante na área permite que o aprendizado seja mais didático e instigante”, contou.
Por Juliana Lila