01/10/2020 14:18:53
Na última sexta-feira, dia 25 de setembro, a coordenadora do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) – Saúde/Interprofissionalidade Unifeso, professora Mariana Beatriz Arcuri, junto a representantes da secretaria municipal de Saúde de Teresópolis e demais integrantes do projeto, participou do evento on-line promovido pelo Ministério da Saúde, o “PET-Saúde Interprofissionalidade: experiências no desenvolvimento de competências colaborativas na formação e no trabalho em saúde”.
Os encontros “Apoio e Acompanhamento PET-Saúde Educação Interprofissional (EIP)” foram realizados pelo Youtube, de 18 a 30 de setembro, com relatos dos 120 projetos por todo o país, e o objetivo foi promover o compartilhamento das principais experiências que os envolvidos estão vivenciando com as atividades do PET-Saúde.
Na ocasião, a professora Mariana Arcuri apresentou as ações implementadas, antes e durante a pandemia do novo Coronavírus, realizadas pelos Grupos Tutoriais. Em sua fala, trouxe a motivação que levou a construção do projeto, que tem como cenário de atuação o conjunto habitacional Fazenda Ermitage e a experiência acumulada dos cursos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) no desenvolvimento das práticas da Integração Ensino-Trabalho e Cidadania (IETC). Fez um breve relato da tragédia climática ocorrida na Região Serrana de 2011 e de como surgiu a Fazenda Ermitage, que abriga mais de 1.600 famílias vítimas das fortes chuvas na ocasião.
“As atividades iniciais do PET-Saúde Unifeso na fazenda Ermitage seguem a metodologia baseada no modelo de desenvolvimento de competências da Universidade de Toronto, no Canadá, que considera que existem três etapas para o desenvolvimento das competências relacionadas à Educação Interprofissional: a primeira, de exposição; a segunda, de imersão; e a terceira, de desenvolvimento de competências”, disse Mariana, que dispensou agradecimentos à professora Verônica Santos Albuquerque, reitora do Unifeso, e ao professor Antônio Henrique da Rosa Vasconcelos, secretário municipal de Saúde, por todo apoio dado ao projeto.
O PET-Saúde/Interprofissionalidade busca a qualificação da formação de estudantes da área de saúde, por meio da integração da comunidade com a instituição de ensino, com enfoque na educação interprofissional e nas práticas colaborativas.
Participaram também do evento a professora Geórgia Rosa Lobato, tutora do Grupo Tutorial 4 (GT); Luiza Aiglê, farmacêutica do NASF e preceptora do GT 4; Mariana Salgueiro, estudante bolsista do GT 2 e a professora Joelma de Rezende Fernandes, coordenadora do GT 3, que em sua fala apresentou as experiências e atuação do PET-Saúde na pandemia do Coronavírus. “Com a pandemia da Covid-19 e suspensão das atividades acadêmicas presenciais, integrantes do PET passaram a se reunir, remotamente, duas vezes por semana, e produziram materiais educativos e informativos para os moradores da Fazenda Ermitage sobre temas voltados à Covid-19, como o uso correto de máscaras. Inicialmente, esta distribuição foi realizada por meio digital (WhatsApp e redes sociais) e, após parceria do CCS, foram produzidas cópias impressas e afixadas aos quadros de avisos dos condomínios”, contou Joelma. Além de informativo on-line sobre a Covid-19, outros temas foram trabalhados: saúde mental, setembro amarelo, tabagismo e vacinação antirrábica. O grupo também está produzindo podcasts, webinário, produção de vídeos para canais no Youtube e no Instagram, acompanhamento remoto aos moradores, entre outras ações.
Em sua fala, a professora Georgia frisou que os conceitos relacionados às práticas colaborativas em saúde fazem parte da sua área de interesse há algum tempo, e a inserção no PET afeta positivamente sua trajetória docente na instituição. “O contato com os conceitos da EIP para a formação em saúde me traz a reflexão de um novo desafio institucional: potencializar o eixo de IETC enquanto ordenador de estratégias metodológicas de aprendizagem, a partir do desenvolvimento de competências colaborativas experimentadas no mundo do trabalho, integrando os cursos de graduação da área da saúde e, até mesmo, ampliando para os cursos das áreas humana, social e tecnológica, presentes na instituição”, observou Georgia.
A preceptora Luiza Aiglê destacou que “com o PET-Saúde passou a compreender que a interprofissionalidade permeia a forma de educar, a forma de cuidar e a forma de ser, e tem uma incrível capacidade de influenciar meso e macro políticas através do micro”.
Mariana Salgueiro, estudante do curso de Enfermagem e integrante do projeto, notou que, inicialmente, “aprendi com meu grupo que a EIP significa aquilo que é óbvio. É quando estudantes ou profissionais de dois ou mais cursos, ou núcleos profissionais, aprendem sobre os outros, com os outros e entre si. Mas até o óbvio precisa ser dito. Acredito que nossa Instituição esteja no caminho certo, introduzindo a EIP, de modo a garantir que a formação dos alunos e a educação permanente dos profissionais de saúde sejam pautadas na colaboração interprofissional e compartilhamento de práticas. Acredito que o nosso projeto seja um símbolo de resistência durante a pandemia da Covid-19. Estamos aprendendo a aprender e a resignificar nossas práticas”.
Por Giovana Campos