O Unifeso, através do curso de Nutrição, trouxe para o seu 10º Congresso Acadêmico-Científico (X Confeso) um importante momento de reflexão sobre as desigualdades no sistema alimentar brasileiro. Intitulada “Feijão Nosso de Cada Dia: Denúncias e Anúncios sobre as Desigualdades nos Sistemas Alimentares”, a roda de conversa foi um espaço de diálogo que usou o feijão — alimento simbólico e cultural do Brasil — para refletir sobre as injustiças na produção, distribuição e consumo de alimentos.

O evento foi uma oportunidade única para os estudantes e participantes do Confeso debaterem questões cruciais sobre os desafios alimentares no Brasil. Ao utilizar o feijão como símbolo da cultura alimentar do país, a roda de conversa trouxe uma nova perspectiva sobre um alimento tradicionalmente presente nas mesas brasileiras, transformando-o em uma metáfora para as profundas desigualdades e o potencial de transformação social por meio da alimentação.

O bate-papo foi agraciado com a participação da nutricionista Rute Costa, convidada especial e destaque do Confeso, além de uma das maiores defensoras da importância da alimentação saudável como um direito humano. Sua experiência traz à tona a importância de garantir que os alimentos saudáveis, especialmente para a população negra, cheguem às mesas da sociedade. “Fazer com que os alimentos ultraprocessados sejam mais difíceis de serem acessados é garantir a humanização, porque garante o direito à vida, às memórias, à história, à ancestralidade. O nosso povo deveria ser mais citado como referência de saudabilidade, porque construímos este país com essas bases alimentares”, defende a palestrante.

A roda de conversa também contou com as contribuições da professora Amanda da Silva Franco e do professor Daniel Alves de Oliveira, ambos do curso de Nutrição do Unifeso. Amanda trouxe uma reflexão importante sobre a insegurança alimentar e nutricional, abordando como as desigualdades nos sistemas alimentares afetam diretamente a saúde da população, principalmente no que diz respeito ao acesso a alimentos saudáveis.

"Debater sobre os sistemas alimentares envolve aspectos que vão desde a produção dos alimentos até o pós-consumo. O foco da nossa conversa foi justamente como as desigualdades estruturais na produção e no acesso à alimentação podem ser combatidas e como nossa cultura alimentar, que é rica e cheia de história, pode ajudar a mitigar os efeitos negativos desses sistemas", comentou Amanda.

Programação integrou ensino, pesquisa e extensão

Para a professora Ariane Romeiro, coordenadora da graduação em Nutrição, o curso teve participação destacada no X CONFESO, apresentando atividades que evidenciam a integração entre ensino, pesquisa e extensão, com foco na promoção da saúde, na sustentabilidade e na redução das desigualdades sociais. Além do “Feijão nosso de cada dia”, as ações propostas como “Cuidado nutricional na prática ambulatorial: perspectivas e desafios”, “Tecnologia de alimentos como ferramenta para reduzir desigualdades” e “Aproveitamento integral dos alimentos” promoveram reflexões sobre a atuação profissional, os sistemas alimentares e o papel da inovação e da sustentabilidade na prática nutricional.

Ela destacou outras iniciativas, como “Cuidado nutricional inclusivo”, “O papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar para a redução das desigualdades” e “Gestar com Sabor”, que reforçaram o compromisso do curso com a equidade, a inclusão e a saúde pública. “Em conjunto, essas atividades reafirmaram a relevância do curso de Nutrição no evento, evidenciando sua contribuição para a formação de profissionais críticos, éticos e comprometidos com o direito humano à alimentação adequada e com os princípios da segurança alimentar e nutricional”, notou Ariane.

Por Giovana Campos