O Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) organizou um evento, no dia 2 de maio, para falar sobre a importância da implantação da Sala Lilás no município de Teresópolis, serviço que atende a população feminina vítima de violência. O novo aparato será implantado pela Prefeitura Municipal, através das secretarias municipais de Saúde e de Direitos da Mulher, em parceria com a Coordenação da Polícia Civil, o Unifeso e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Para garantir tratamento humanizado durante o processo de Corpo de Delito, a chamada “Sala Lilás” será instalada na sede da antiga Delegacia de Polícia (Alto) com atendimento durante todos os dias da semana, das 8h às 20h, incluindo sábados e domingos. “Trata-se de um equipamento muito importante para as mulheres vítimas de violência. O trabalho desenvolvido envolve a psicologia, a enfermagem, o trabalho de perícia médica, e daremos prosseguimento ao acompanhamento dessas mulheres. É importante destacar que essas mulheres serão acompanhadas. A princípio, a sala funcionará das 8h às 20h, com sobreaviso durante a madrugada. Teremos todo o aparato para o acolhimento dessas vítimas, que vêm crescendo cada dia mais”, destacou a Secretária de Saúde, Dra. Clarissa Rippel.
O serviço vai de encontro à Lei Maria da Penha (nº11.340/2006). No local, as mulheres terão assistência de equipe formada por enfermeiros, psicólogos e médicos, além de estudantes dos cursos de Enfermagem e Psicologia do Unifeso. O evento contou com as palestras de Margareth Rosi, secretária municipal dos Direitos da Mulher, e de Luiz Augustus Gonçalves Neves, diretor do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Teresópolis. “Trabalhamos na secretaria com as mulheres vítimas de violência física, psicológica, patrimonial, moral, stalking, bullying e cyberbullying. Esse é o teor da nossa secretaria, trabalhamos para esta clientela que só cresce”, explicou Margareth.
O diretor do PRPTC apresentou alguns números alarmantes sobre os casos de violência doméstica no município e no estado. “Em 2022, o PRPTC realizou mais de 3.600 exames em pessoas em Teresópolis. Realizamos um exame de estupro a cada dois dias, na cidade. Já a Rede de Observatórios da Segurança registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, sendo 495 feminicídios. São Paulo e Rio de Janeiro têm os números mais preocupantes do país, concentrando quase 60% do total de casos”, apresentou o perito criminal e professor do Unifeso, Luiz Augustus.
Por Juliana Lila
